do desejo involuntário que brota depois de muito e de
insistentemente tentar matar você, eu começo esse poema como o vapor que
desesperadamente e feliz em demasia foge da água fervente, sua essência. escavo
profundas cavernas em meus medos, minto no propósito da veracidade, as coisas
inexplicáveis, e, por isso verdadeiras. minha pessoa feliz tem uma aparência
lúbrica e cinzenta, magra e fria como o aço. minha sombra oxidada se arrasta
atrás de mim como uma praga cansada e derrotada, planto flores em minha fossa,
me abrigo nas cavernas já habitadas por mim mesmo, finjo que tudo bem, não me
importo em ti ver, e, no mesmo sorriso blasfemo claramente algo como
"desejo matar você", pois meu amor vitalício, explicitamente exposto
à ti , é totalmente nocivo pra mim, e, contudo sempre funciona apenas como
vício, delírios de um louco que apenas quer se entender. matar você, matar
você... amo-te, e, espero que morra sempre que tentar me esquecer, que você se autodestrua
no inverso da apatia que cultivo por ti na minha ira. que morra feliz, pois
feliz sou em saber que também morri.
domingo, 13 de abril de 2008
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Um comentário:
caralho...
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