domingo, 4 de junho de 2017

Candeeiro

Lá fora o vento sopra um outono
inteiro, aqui dentro acende-se a
vela, o lume da alma, candeeiro.
Agora o inverno faz-se imperativo
em face das minhas escolhas, eu
miro naquilo que aquece e acerto
sempre o frio, mas aproveito para
aprender, como sempre faço, de
modo sutil, a desvendar a deliciosa
sensação do calor de um abraço.
A primavera, agrimensora dos
campos floridos, surge em minha
janela aos prantos do frio fugindo,
eu a abrigo em meu jardim imaginário
de amores e de lírios.
E como uma canção cansada do
estribilho, observa-se no horizonte
um sol fatigado que caminha, vem
para nos dizer que nesse poema
não haverá verão nem andorinhas.


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