segunda-feira, 22 de maio de 2017

Overdose

Noite nua, despida para a festa,
o destino me leva a ela trajando
eu o meu disfarce de inocente
juventude. Chego jovem e bebo
todas, lá por minha maturidade
já me sinto um pouco tonto e,
torto em pé, consigo ir atrás de
outras doses. Mas eu quero mais,
meu vício decrépito devora cigarros
jovens como que insaciável.

A noite brilha em
meus olhos a energia
fantástica da cocaína.

Começo a chegar em minha
velhice, desbravo a madrugada
como quem procura fugir da
manhã, e quando chego até a
saída, são os outros que me
carregam para fora.

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