terça-feira, 22 de novembro de 2016

Modorra

A dor meço em meus sonhos,
a dor de estar vivo,
a dolorida vida dos insatisfeitos.

A insônia vencida traz sempre
um desassossegado sono, e então
lá estou eu de novo,
como um agrimensor dos
tormentos da realidade em
meu posto onírico.

A vida real basta como
terrível pesadelo.

Em meus sonhos o que faço
é acariciar as minhas memórias
com alento, mas tais
r e m i n i s c e n c i a s
torpes produzem nada mais
que real constrangimento.

Sobressaltado acordo e quando
encaro novamente a vida desperta,
faço para ela uma reverência e
subverto a intenção, mas não é
desprezo, é reciprocidade e,
além do mais, prefiro meus
malfadados sonhos,
sendo assim,
adormeço.

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