domingo, 11 de setembro de 2016

Versilibrismo

Não tem caráter didático,
mas nada ensina mais;
Não tem caráter científico,
mas nada explica mais;
Não tem caráter litúrgico,
mas nada traz mais paz.

Se tem caráter filosófico,
metafísico, realista, tanto faz.
Discorre sobre tudo mostrando
para todos o quanto tudo é
todo tão fugaz,
a eternidade,
a vida,
o amor...

Deus a inventou e o diabo
deu-lhe educação.

Não tem caráter,
não tem ética,
não tem razão.

É toda condescendente da felicidade,
porém, é na tristeza que ela mora,
namora, ama, triste acorda cedo,
e triste vai para cama.
Se é sincera ou não,
não faz diferença,
mas é verdadeira
mesmo quando engana,
a metáfora, a poética licença.
Confunde as palavras e as
rimas com sua dislexia
caseira.

Decanta os céus,
eleva o submundo,
sussurra aos berros que
não pertence a esse mundo.

Pode ser profética,
fantástica, mas em
que ela é mesmo
absoluta é em
Liberté,
onde mesmo com
trajes de métrica
é livre, e resoluta é.

É de minha poesia que falo,
essa admirável senhora,
essa doce dama,
porém, sei que em suas
veias ferve a verve de
toda femme de cabaré.

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