segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A Mariana

Ama
Amar
Amaria
Amariana

Amo-a Amo-a...

Dama Máxima

Mariana,
prima dona
do meu coração,
única e absoluta,
responsável mor da
minha existência sua,
só tua,
não há disputa,
não há desculpa,
só há Mariana,
primeira e última dama.

Minha máxima ultra.

Sigo asceta

Ascese para ascensão,
acesso, dessa maneira,
a grandeza de minha
alma...acesa.
Assomo ao o que
almejo e me vejo
aos píncaros, gigante.

Tão grande quanto
nisso minha devoção.

Já não sou mais poeta
de verso livre nem de
métrica, sou o versador
das estrelas e de um novo
inicio em explosão.

Cara morto

Tenho hoje a idade do meu pai,
quando morreu.
Tenho a saudade de um pai,
que não existiu.
Minha cara de homem é a face
da lembrança da fotografia
do meu pai morto,
mas não pareço com ele,
nem mesmo isso a vida permitiu,
porem, dizem que os defuntos têm
todos a mesma cara.

Recém Tardía

Foste glória o que eu
sempre busquei,
uma mísera vitoria para
tudo que tanto
acreditei, porem,
perceba a demora,
a glória que outrora
desejei vieste agora,
e, embora tenha chegado,
não é mais do meu agrado
essa conquista que pertence
ao passado que já perdoei.

Eu, egoísta!

Um quase nada provecto,
convicto em busca do querer
o nada por ser diferente dos
que nada querem.
Sou inverso, o inverso dos
outros que em fuga da
realidade que são, fenecem.
Eu ascendo, sempre, mesmo
mastigando diariamente o fel
da minha tristeza incorruta,
ainda que da vida eu duvide
e muito quanto ao caráter da
sua sábia conduta.
Posso ser amargo,
pessimista, de humor difícil,
mas minha pessoa soa a todos
absoluta, e é por isso que insisto,
insuflo em o que já sou doses
diárias de mim mesmo e com
minha crença por aí vou,
desviando da saúde de todos
para que não contaminem minha
doença com suas máscaras de amor.

Quilhotina

Como calar a boca da cabeça,
como fazer parar de vociferar
um pouco que seja,
a razão e suas tolas certezas,
quem pode descansar com
tantas vozes a gritar a
problemática da vida,
alguém será capaz de suportar
esse blá blá blá em enfática
algaravia?
talvez seja descabida a ironia,
mas por que não decapitar,
só assim paz haveria.

Gabba Gabba Hey

Todas as minhas células,
todas numa roda punk
arterial, vermelho insano
por dentro, meu corpo,
é como o palco de um
grande festival e, se um
dia houve, hoje não mais
há pudores como um dia
foste então o habitual.
Aqui fora eu com minha
velha camiseta do Ramones,
numa sexta feira à noite
pronto para foder geral.

Silêncio Observador

Era gritante e, segundo a sua
estirpe, era nobre, instigador e
por muitas vezes elegante.
Num tom acima da melodia
do receio, fazia-se notar
por meio as suas recusas,
insistia em continuar como
de costume era, até porque,
o motivo de trajar os modos
que tinha sempre fora a
constatação que cedo teve
em perceber o quanto não
pertencia aos costumes e
modos alheios, abominava
quase tudo que vinha dos
agrupados, dos rebanhos,
os reses que atuam
rotineiramente como espelhos,
refletem a mesmice de outrem
mesmo sabendo que estes
também são plagiadores.
Amava o púlpito, a tribuna livre,
mas invariavelmente mantinha
consigo mesmo as suas exclamações,
pois sabia que o que tinha para
compartilhar soava aos ouvidos
alheios como impropérios oriundos
de devaneios.
Se oferecer ouro ao gado o gado
preferirá o cabresto, e o pasto
pisado e cagado para ruminar os
reflexos de atrofiados espelhos.
Ele era ele,
só ele,
tinha em si o ele verdadeiro que
de muito observar a multidão de
semelhantes sempre sentia-se
forasteiro.
Sentia-se imensamente feliz em
saber que não passava de si mesmo.