terça-feira, 31 de maio de 2016

Ne’old

Clássico, tradicional,
anarco apologista do
meu ideal, solidário
a todos e a todo coletivo,
individual.
Roquenrou por excelência,
como Beethoven,
Tiradentes, Van Gogh,
como Raulzito foi e
como sou, sou só eu
mesmo, assim, como os
outros, original.
Asceta imanente em
transcendência,
aventureiro da observância
social, radical aos esportes,
sedentário assaz ativo ao
que toca o meu normal.
Leitor assíduo de velhos
livros, amante do papel.
Egoísta à máxima culpa,
mas que me desculpe o
egoísmo quando eu altruísta
saio do meu habitual.
Fumante inveterado, nem
tanto, entre fumaças de
cachimbos e cannabis
um pensador incessante,
entretanto, médio intelectual.
Chato, briguento e,
em meus porres,
encontro sempre algo de
especial. Amo o álcool,
etéreo, eterno no tocante
quanto a mais e mais doses
em meu organismo ultraliberal.
Revolução é para
tolos e somos todos tão bobos
quando fugimos do novo
em apego ao passado original.
Sou tolo, tolo em potencial.
Amante da vida,
sem compromisso,
como amo as prostitutas e
seu preciosíssimo serviço.
Apreciador de todas as fêmeas,
e apaixonado por uma só dama,
uma só, a mesma de sempre,
minha eterna sempre e mesma
Mariana.
Sou velha escola,
daquelas da escolha duma
aprendizagem que sempre
eleva a alma.
Já fui herói quando criança,
já fui junkie em incontáveis
madrugadas, hoje nada mais
me alcança, estacionei em meu
posto de punk e punk sou,
punk soul and my heart also.
Niilista,
sofista,
filósofo.
Ateu em dias ímpares e,
nos dias pares,
para o diabo com deus,
para o diabo com o diabo
quando acredito e muito,
do meu jeito,
em meu deus.
Tudo sou, nada tenho,
tenho eu, minha família
e impessoal respeito ao
que me cerca, ao alheio.
Sou velho,
um novo velho
quebrando espelhos.

E no final o que me resta
é ser poeta,
poeta raso em
profundo desassossego.


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