quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Depois de Cristo

Depois de Cristo, todos nós,
filhos bastardos da cruz e do
cristianismo atroz.
Nós que temos vivido sob a
tirânica proteção divina,
nós que somos todos grãos
de areia de uma ampulheta
cretina, a vida. Não negada
simplesmente, mas vista e
vivida, amargamente. Somos
o resultado do devido devir
que se deu durante todo esse
tempo depois de Cristo.
Nós somos o legado de Cristo,
e a única coisa que não
sabemos é amar. O amor de
Cristo morreu com Cristo,
o que nos restou é o
sentimento genérico do
cristianismo, o amor sintético
do miserável catolicismo.
Não há liberdade no amar,
há dogmas;
 Não há liberdade no viver,
há pecados, culpa.
Não há nada mais inerente
ao Homem que o livre arbítrio,
e o cristianismo insiste,
arbitrariamente, em afirmar que é
à ele que se dá a patente de
toda essa liberdade natural.
O sim e o não pode até vir
de Deus, mas o talvez é a nossa
única arma em toda essa
pertubação chamada cristianismo,
chamada religião.
Liberdade é a presciência humana,
não vem de Deus, basta existir.
Ao invés de religião, Cristo
errou em não disseminar suas
idéias em forma de dissidência das
ordens do seu pai. Hoje,
seríamos pai também, e não
impotentes irmãos.