sexta-feira, 6 de junho de 2014

Soneto

ainda que haja entre nós pouca
compatibilidade, tenho de te dizer,
amor, sagrado sentimento profano,
salvaste minha vida em vão engano.

eu que nunca soube lidar com
minha ociosidade, antes de ti
havia em meu cotidiano apenas
livros, drogas e tempestade.

entre o ópio o álcool e a cocaína,
eu tinha a poesia, o romance e a
filosofia, e tudo era pouco demais,

pois eu sempre cada vez mais queria.
ainda há muita leitura em minha vida,
mas hoje a única droga é a ocitocina.

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