quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dama Branca

ontem me disse a ilusão,
meu futuro é um passado ulterior,
uma reprise da vontade da falta
que enobrece a saudade, e o desejo
de lhe ter de novo é muito mais que
uma necessidade vã, seria muito pior
se isso já não o fosse, pois inútil é a
certeza quando diz que o pior dia
sem você será amanhã, foste hoje.

ah! alva senhora inebriante,
tão fugaz és ao invés de
me compreender, quando
à possuo, fujo pela eternidade
amortecido em prazer.

seria doce a rima,
se esses versos não
fossem para ti,
amada minha
dama branca
c o c a í n a.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

alterego

tardo, mas compreendo.
agora entendo o peso do
fardo que carrego por onde
intento. fato é que o outro
eu está morto, apodrecendo.
sou um carregador de
cadáver e, sepulto esse luto,
em tudo que ando escrevendo.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Contudo

são ofensas de poeta,
meus cabisbaixos versos,
errantes, sem rédea.
é ofensa de poeta,
minha ensimesmada escrita,
furtiva, sem regra.
tal ofensa de poeta devoluto,
é livre, ao todo, dissoluto.



aonde não te vi

num arco-íris
sete vezes
monocromático,
aonde não te vi,
percebi errático,
(cansado em buscar
pousar sobre ti
meu olhar) que
a beleza não
e x i s t e.

tu'alma iridescente,
longe assaz,
no horizonte,
ousei imaginar.

partir é mister.