domingo, 6 de janeiro de 2013

comuna

fosse um templo faltaria-me colunas
pra sustentar a fé que nunca tive.
foi se o tempo de acreditar na comuna,
que crer em liberdade era ser livre.

fosse poeta faltaria-me versos.
faltaria-me calibre,
faltaria rancor e metáfora,
para dialogar com deus e entender
se sou eu ou o interlocutor é que é
o crápula. no céu o estupor, pra fuga
dos derrotados, a válvula.

da benção ao furor..., pelo Homem, não
entendo deus, consigo ver uma grandeza
que se assemelha a tamanha beleza da
intenção, obter com o que se cria
satisfação. olhar com olhos de hipocrisia
fingindo não entender o erro da criação,
ficar puto com a novena e esquecer que
a cena se dá em justa semelhança
e comemoração
daquele que, cansado da onipotência,
mostrou-se incompetente com artesanato
de segunda mão.

fosse pecado faltaria-me perdão.



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