sábado, 24 de março de 2012

sangue

delicada, bela… musa das mãos em que
brotam gotas de orvalho…minha amada…
que me revela um horizonte
onde não mais vago a esmo, perdido,
sem rumo contínuo…sem destino.
de um amor profano, consanguíneo,
em seu âmago, divino.

arde em meu peito
a paixão que vive
pelo medo, posto que
é perecível o que conjugamos
no “pra sempre” e, sempre
é efêmero o infinito…

oh dona minha,
namorada, prima,
senhora dessas rimas,
perdoa-me o ato
de amá-la e de querer
tê-la acima da moral
-Danem-se a ética, a família…
o que me liberta é o pecado
de me perder em teu corpo,
no desenho do teu sexo,
meu desejo moldado…mas
teu coração é meu graal desejado,
quero servir-me desse cálice
sagrado, onde, dentro da eternidade
do nosso amor, nele quero ser
sepultado.