sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

rarefeito

o que importa o que quero, se não há resposta, se há
mistério. não incomoda o
fato que me explora no tanto
que minto no status de sincero.
se fosse agora o ápice, houvesse
existido cumplicidade no clímax
da paixão consumada e, que pelo
fim não se chora, já foi
lavrado o pranto e, portanto,
quanto ao uso desmedido, hoje
é só desforra. da sua falta
em voga, o que era desejo
agora enjoa, o sal da boca,
a saliva, o tempero do beijo,
a melanina, a vagina, o âmago,
o raro amor...rarefeito.
do ruído da partida, o silêncio que
ressoa, a ruptura. tudo foi tudo
tão depressa, a reza, a febre
da oratória do desejo do pra sempre.
o nosso stress nos instantes dos blefes,
e sei, nessa hora que, foi num desses
que a noticia de ir embora, tu não deste.
o que importa a gloria de ter amado,
se o fato é que fui propositalmente
desperdiçado. do meu melhor, do que
seria minha ode perfeita, em minha poesia
a melhor estrofe, não foste.

do erudito, posto falso do amor, à maldita mística do destino,
deixar-se amar em equívoco
na certeza do que sente, morder a maçã
na mesma manhã em que
se ceia a carne acre da serpente.

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