domingo, 18 de dezembro de 2011

Entreato

Da esterilidade da pena
Ao celibato do poeta, dizia:
- Deus, o que será de mim se
Todos acreditarem naquilo que
Se escrevia?
Não há poesia,
Não houve poesia,
Nunca haverá!
Sabe-se que a vida se faz
Em eterna elegia quando se
Procura desnudar a alma e
Forjar, sob o mesmo molde,
Poesia. serão os versos translúcidos,
Terá a alma suficiente beleza ou,
Será a vida uma existência vazia?
Não há poesia, não houve, nunca haverá!
É possível andar sobre as nuvens,
Saltar de uma para outra como
Sapos felizes entre nenúfares?
É possível colher rosas no asfalto,
Andar acima do céu, sob o chão,
Como quem caminha descalço?
Seria ainda ontem, o hoje, e o amanhã
Suicidaria.
-Deus, o que será de mim se
Nada disso for poesia?

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