segunda-feira, 23 de maio de 2011

soneto

não sei se seduzido em sonho fui, ou se o sono
me trouxe um delírio, um lapso da realidade.
veio atender as minhas preces uma linda santa
virgem, iluminada e de transparentes vestes.

eu, que, orava à pedir aos céus piedade para
com minha poesia, acabei me apaixonando pela
santa musa que do firmamento descia, e que,
lamentava a incumbência de fazer calar minha

pena, toda minha heresia. minha algoz imaculada
desceu para condenar minha escrita, se transformou
em musa, que, os meus versos sujos agora habita.

vou ser gauche nessa vida, não irei jazer no paraíso.
como Virgílio sabiamente guiou Dante no inferno perdido,
eu guio assim minha santa, em meus poemas proibidos.   

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