quinta-feira, 28 de abril de 2011

acalma a noite a morte à alma...

Cai a noite em minha alma.
Rendo o remorso que me vence
aos passos das horas, me calam as
palavras postas para fora pela pena de
um poeta que era Augusto e é anjo agora.
Vem o dia sem aurora, na estação pra despedida,
é do outono a partida que empalidece e tece a última
hora, na última noite da alma que habita o pobre
poeta de longas vidas, todas inglórias.
Acalma a noite a morte à alma...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

à uma pena orfã

Vá vida vadia, vazia se fez por capricho à quem
és nascido contrario ao que precisa. Insto à pena,
consorte companheira de venturas, um ultimo
ato, perdoe-me todos os lamentáveis poemas,

Perdoa-me o quão sou na arte enamorado,
custar-me-á deixar-te assim, tão sozinha.
Mas saiba que mato em mim uma vida que
vivi absolutamente e só, por ti...pena querida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

underfície

o silencio que brada, cala.
consubstanciada na mudez, a voz,
fala.
todas as palavras póstas,
mortas em poemas, da nudez
da pena, nascem pra eternidade.
viver acima sendo abaixo, ah o poeta,
carrasco anti-herói apaixonado, não sejamos
nós prisioneiros para sermos eles libertos, os sonhos
acordados...no vício da saúde
a vida ainda é vida quando a vida falta.

sábado, 9 de abril de 2011

louvor

eu, um desenho torto de Goya
por ti apaixonei-me, triste sina.
você, do alto do desprezo me olha,
toda prosa, contudo, parece-me
ainda menina, e em minha libido maldita
és arte sacra, és Eva de Irina.