quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ménage

diante de todo o meu amor
admiro tua postura, atitude
de recusa. você resistente
como toda juventude, me
expulsa sem alarde, singular
entre as musas, avant garde.
assim, és em mim ainda
tão intensa quanto foi,
revolucionária como a semana
de vinte e dois, eu, você,
tua partida, ménage à trois.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

eternidade

Não olhe os olhos que se afogam,
não quero uma imagem úmida de ti.
veja minha alma que te reflete, esquece
que há em nos um fim.

Leve meu coração para curar suas feridas,
assim, aceite que nele há amor para sofrer
por toda a vida, e pelas óperas que vierem,
a eternidade será meu fim.

Ou eu Outono

Passo os dias a observar da janela
da minha existência os outros que
junto com outros não passam dos
mesmos. Não há lucro em existir, os
meus ganhos é descobrir que toda
fartura tem a sua escassez, como os
santos que sangram enquanto homens,
e de sangue se alimentam quando deuses.
Por ora, por enquanto como uma virgem
apenas sangro. Nunca tive interesse em
deuses, meu deus é minha verve que me
concede o que quero ao passo que luto
por algo que deseje. Nada é de fato como
se supúnha, destino ingrato, amargo, adoça
a vida na velocidade do crescimento das
unhas. Não posso dividir a cor cinza que
me pinta e que colore os meus sonhos.
Se à alguém já apresentei  a face única
dos meus monstros, é porque talvez eu
nunca sei quando dissuadir os meus santos,
e, que a vida decida o rumo dos atos do
abandono, pois nesta estação sera ou eu
outono.