sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

revelia

os outonos passaram.
estima-se que se viva,
mas na vida que se vive
não há estimativas de que a
mesma tenha qualquer
tipo de estima por aquele
que na reprimenda à estirpe
da vida é voluntário intolerado.

os versos já não bastam enquanto
outonos passam, e, eu pela vida,
inviabilizado marcho.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

hálito

Empalidece a tez,
tece beleza na
face que fez
ser, eu, ser
apaixonadamente
seu.
O amor rubro
que empalideceu
quando soube que
se perdeu o que
fosse verdadeiro,
não se dissolveu
ao quere-lo em
desespero, e pô-lo
à prova pelo capricho
do receio, se perdeu...
traz na fronte clara,
suavemente pálida,
umedecidos lábios tácitos
de deusa cálida, musa
de alma plácida, viciou-me
em seu hálito, inoculando
seu sabor em mim.
Hoje doente pela falta
do seu beijo, ausculto
o caos do meu falido
mundo que sem ti,
oscila entre não existir
e resiste, tristemente a
sucumbir.