sexta-feira, 26 de novembro de 2010

soneto

perdi você. talvez seja minha culpa
mas aquele seu amor de puta , nunca
soube me merecer, hoje você e sua
postura antimusa repudio a meu bel prazer.

indômita fêmea dos dissabores que a vida
me propôs, vejo-te bebendo meu sangue
e rindo depois, seus rubros lábios ainda
provocam e insinuam sabor.

tu que outrora profanou me amar, ignora-me
como quem ignora um mal estar. não há nada
como não ter o teu olhar.

há dias que flerto com o receio de ainda
ti desejar, mas opróbrio homérico seria
pra mim se ousasse ainda ti amar.

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