terça-feira, 14 de setembro de 2010

assim

há treze minutos e cinco anos atrás
vive em minha memoria o começo do
desastre que meu coração sofreu, ainda
se recupera de um grande trauma.

há treze minutos e cinco anos atrás
conheci uma garota impiedosa e honesta, meu
amor já não era mais aceito, minhas bobagens
já não tinham graça, meu potencial questionado.

há treze minutos e cinco anos atrás
me vi diante de uma fraqueza que até
então não havia provido, incapaz de suportar uma
rejeição, tornei-me capaz de não mais amar.

há treze minutos e cinco anos atrás
morri. nunca mais me recuperei dessa perda
hoje sou poeta, sou um vagabundo,
um sujeito de extrema tristeza, hoje sou poeta.

há treze minutos e cinco anos atrás
passei a domesticar as minhas mais selvagens
ideias, as palavras que dão fuga a minha arte
habitam meus pensamentos profanos e ordinários.

há treze minutos e cinco anos atrás
depois de não ser mais o que provavelmente eu não
conseguiria ser, decidi não me humilhar mais pra minha
existência, passei a escrever versos e viver dessa maneira.

há treze minutos e cinco anos atrás
pedi um ultimo beijo à minha musa algóz
com os lábios tremulos colhi da boca da dama
que me feríra seu beijo de adeus, que me deu para a partida.

há treze minutos e cinco anos atrás
tudo aconteceu exatamente assim
há treze minutos e cinco anos atrás
comecei a trilhar um caminho vazio pro fim.

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