domingo, 25 de abril de 2010

ANTIMUSA

agora entendo esse riso faceiro em sua face,
sente prazer em ser primeiro o que é de praxe e
depois o escárnio é o próximo passo para cada
laço que queira construir com o otario
da vez que acaba de sair do cima do
seu suado corpo.
ah! como tu és nobre minha doce vadia,
tão nobre quanto o sangue podre
que regularmente sai de dentro da boca de seu ventre.

agora entendo o seu gosto agridoce,
seus beijos sabores enxofre.
de mulheres como você, vem-me o medo de sua sina,
ainda tenho em minha boca
o gosto azedo da sua vagina.
ainda tenho em meu peito as chagas abertas
por suas garras de vil messalina.
anti-musa, senhora dessas rimas,
minha repulsa por você exclamada nessas linhas,
minha recusa em aceitar sua estúpida pose de rainha.

agora percebo todo o seu cinismo,
entendo sua luta contraria ao meu romantismo.
puta sem eufemismos!
seus olhos lindos, dignos de estrabismo,
seus seios que, em deleite ardiam em prazeres
na verdade não passam de úberes secos, tetas de espinhos.


agora aceito ser apenas só mais um.

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