quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Messalina

crente que acredito que ainda trago comigo
o seu corrupto amor, exclamo explicitamente
tudo que sinto por ti no meu mais dissoluto furor.
venho do abismo que deixou a dor, a graça que
obtive por tanto ti amar, amor que matou o teu
apaixonado par, seu poeta fanático que escreve
versos à ti apenas por lembrar dos teus lábios
doces levemente envenenados que pousavam em minha boca
e que me enfermavam com os sabores do pecado,
seu sabor que ficou, como o perfume do teu olhar
no brilho do sorriso que se declarava para mim,
iluminava minha alma, um luar, e eu, amante dos teus
desejos, servo dos teus prazeres, um tolo que ainda
murmura pelos teus beijos, pelos teus blefes, que me davam
a noção de não ti ter. você, grande musa dos meus delírios,
fêmea algoz que mostrou o infinito mas que não disse que
eu iria sozinho, sem dona. me condenaste ao coma que me abriga,
após tua partida, seu adeus é um deus pra quem hoje imploro
minha anistia por ti amar, minha renúncia em lhe esquecer,
que esse deus me dê a ousadia de tentar viver longe de você
o ser vazio que hoje sou, apenas existo, não vivo desde
quando do teu coração retiras-te o meu amor, me deixaste
órfão do sentimento que em teu peito se calou.

tu és o papel de parede do meu desastre interior.

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