sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Penso existo escrevo

esqueço que escrevo que penso.
penso que esqueço que escrevo,
mas quando escrevo esqueço
que penso e, sendo assim,
remeto tudo que esqueço no que escrevo,
pois escrevo o que penso e
penso que escrevo.

escrevo que esqueço que penso.
penso, escrevo, esqueço, mas
esqueço quando penso e,
sendo assim, existo no que escrevo.
insisto em esquecer o que escrevo
e lamento pensar se existo ou se

escrito.

Algo

a impotência moral, a ressaca imoral.
a capacidade tola que tenho de propor
a mim o fim sempre que me julgo e me tenho
em pensamento. prefiro ir ao fim do precipício
do que voltar e procurar outro abismo, outro
dia morto, outro lamento, outro novo dia torto
que com dolo me faz ver o quão culpado sou
por não ser dono da culpa de ser, otimista.
crer na esperança é como tentar ter satisfação
e resultado numa imensa burra missa. pode ser
que meu dia torto me leve pra igreja, para que
eu possibilite esforços para os dízimos sagrados.
salve a impotência moral das minhas desgraças
literárias, da minha força de vontade sedentária,
da minha sobriedade suja e ordinária(eu embriagado
observo isso de longe sem me preocupar).

me anteponho à mim mesmo, com o objetivo de tentar
esclarecer o meu destino, o meu fim como poeta sem ser,

como algo no precipício, caindo.