quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pobre poema apaixonado

como queria não mais me render a essa compulsiva ideia de sempre poemas pra ti escrever. mas como lutar, como censurar esse poeta apaixonado que me abrigas? esse desejo involuntário que brota em meu coração já em cinzas e que sempre bate na direção da responsabilidade de nunca deixar de ti amar. minha dor envolta em eufemismos, minhas palavras sempre claramente apaixonadas entorpecidas em sentimentalismos, partem da mesma premissa, é o preludio que uso como álibi, é o que tenho feito incansavelmente na delirante vontade que meu amor por ti nunca acabe. difícil entender esse impasse, pensar em ti ou fingir não pensar em ti, me enganar e fingir aceitar, ou aceitar e fingir que não me engano, sendo que qualquer plano me leva a ti? ah! criatura admirável, dama que tem a cura para o pranto da minha alma, mulher que no frio de outono é o sol da minha aurora, que nas noites escuras de sextas estranhas é a lua límpida e despida que me leva sempre às nossas doces lembranças, momentos felizes que outrora eternizamos, procure entender o que parte desse eu-poético, não peço que aceite mas, saiba que por mais que soe patético esse involuntário ato, faço poesia para engrandecer o que me ensinastes, e agradeço a ti o fato de hoje sofrer por um dia ter tanto amado. mesmo perdido e solitário ainda tenho forças pra imortalizar aqui esse amor por ti escorraçado, se minha essência é a poesia que escrevo, você é o contexto dos mais bonitos enredos que, fazem dessa compulsiva ideia, meu habitat, meu lar soturno, meu mundo paranoico habitado por mim e pela lembrança tema, que, sempre me ajuda como pauta para meus melancólicos poemas.

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