quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

soneto

acredito muito mais naquilo que não posso ver,
assim olho ao redor com os olhos da alma,
vou muito além do sintoma de crer!
acredito em tudo, mas de mim duvido com calma.

calibro minha fé pra não errar o santo,
declamo a oração como quem sorri em pranto,
aponto para o céu e disparo um interrogativo ponto.
a oração volta como palavrão de um incrédulo santo.

duvido muito mais da minha capacidade de amar.
necessito do amor para sonhar,
mas acredito muito mais naquilo que possa me excitar.

como um poeta, escrevo e grito na poesia algo como
um apaixonado ao entardecer frio de outono beberia
numa garrafa doida de uma lembrança chamada carolina.

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