quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

soneto

recebo flores da morte e ela me da um beijo,
toda noite essa mão fria e pálida me abençoa e
tudo talvez me acalma, pois do lado o medo e a alma
beijam-se loucos num amor profano que ressoa.

espero sem angústias por ela, abro a janela e
o vento frio da madrugada faz do meu quarto o
lar dela, como boa anfitriã ela me toca e
leva-me pra sempre onde o infinito sempre me espera.

a vida reage e sempre me traz, mas me sinto já sepultado e
como um viciado pergunto, por quê não mais?
a resposta vem em forma de canção, como um sopro de paz.

enfim terminamos nos amando, mas tudo bem, admito,
pois temos planos de um dia brindarmos a noite juntos
pra sempre em um belo infinito.

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